segunda-feira, 10 de março de 2014

Mulheres que não terminaram o
primeiro grau têm duas vezes mais filhos

Quanto maior a escolaridade, menor a quantidade de filhos por brasileira
Sem justiça social não há igualdade de gênero

As brasileiras que passaram no máximo sete anos de suas vidas estudando têm quase duas vezes mais filhos do que aquelas que estudaram por oito anos ou mais – tempo suficiente para completar, pelo menos, o Ensino Fundamental. Esses dados são da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (17).
O levantamento mostra que as brasileiras com menos escolaridade têm 3,19 filhos ao longo de suas vidas, enquanto que as que estudam durante oito ou mais anos têm uma taxa de fecundidade de 1,68.
Os dados do IBGE mostram também uma diferença na taxa de fecundidade entre as mulheres que se declaram brancas e as que se declaram negras ou pardas. Para as primeiras, o número médio de filhos é de 1,63. Já para o segundo grupo, a taxa está em 2,2 filhos ao longo da vida.
A taxa de fecundidade mede o número médio de filhos que uma mulher tem ao final de seu ciclo reprodutivo. Quando o índice está em 2,1 (chamado “nível de reposição”), significa que a população não vai crescer nem diminuir no longo prazo.
No Brasil, o IBGE revelou que o número médio de filhos de cada brasileira é de 1,94. Esse índice voltou a crescer após sete anos sucessivos de queda. A média de filhos por mulher foi de 2,26 filhos em 2002, de 2,14 em 2003, de 2,13 em 2004, de 2,06 em 2005, de 1,99 filho em 2006, 1,95 em 2007 e 1,89 em 2008.
Segundo o IBGE, algumas mudanças nas famílias verificadas em países mais desenvolvidos também vêm se refletindo no Brasil. As principais delas são: reduções do tamanho da família e do número de casais com filhos, além do crescimento de famílias formadas por casais sem filhos. Isso é resultado, de acordo com o instituto, do declínio da fecundidade e do aumento da esperança de vida ao nascer.
Apenas a região Norte tem tendência de crescimento
O levantamento apresentado hoje revela ainda que a tendência da população brasileira é de crescimento apenas no Norte. Isso porque na região a taxa de fecundidade é de 2,51, sendo a única a apresentar um valor superior a 2,1.  Nas demais regiões, a tendência a longo prazo é de que a população diminua, sem levar em conta as migrações.

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