estou aqui repassando um artigo sobre cuba que li no Jornal do Comercio e que ao contrário da nossa mídia, achei muito esclarecedor
Artigo
Notícia da edição impressa de 09/11/2012
Cuba, terra cultivada
A
abertura econômica está mudando um país pequeno em território, mas
grande em importância no cenário político internacional. Quais os
anseios desse povo que sabe que a igualdade é condição para o exercício
pleno da liberdade? Não pensam os incautos que o povo cubano é
submisso, desgostoso com a vida, inimigo de seu governo ou infeliz. Ao
contrário, é sabedor de sua história, de seus valores e suas
conquistas. Lá, há ausência de gente de feitio servil, subserviente.
Estigmatizar Cuba como um país miserável é uma falácia, alimentada pela
grande imprensa que pouca educa. Cuba é tematizada por uma série de
preconceitos. Há carestia e pobreza, sem dúvida. Mas, mesmo assim, a
famosa frase que corre o mundo é verdadeira: “Hoje, 200 milhões de
crianças vão dormir nas ruas das grandes cidades do mundo. Nenhuma
delas é cubana”. Tampouco, ninguém passa fome. Não há analfabetismo.
Há defeitos e há limites. Os problemas enfrentados são muitos,
principalmente nas áreas de moradia, transporte e agora do emprego,
entretanto, não se podem negar as grandes conquistas da revolução,
principalmente no que tange a saúde, a reforma agrária e ao sistema
educacional. É um país com poucos assaltos, sem violência (inclusive a
doméstica), poucas prisões, poucos presos, um país sem armas.
Um
novo olhar sobre a história da economia cubana demonstra que o pleno
emprego não é suportável pela economia estatal, e planejar o corte de
até um milhão de empregos públicos paulatinamente absorvidos nas
atividades privadas que estão sendo liberadas não é tarefa fácil. Seus
cidadãos, devido a excelência da saúde e educação que o governo lhes
deu, possuem emprego garantido em qualquer lugar do mundo, portanto, o
êxodo se dá em função da economia, e não em função de haver
“democracia” de um lado e “ditadura” de outro. Que o povo possa
aproveitar as mudanças para melhorar sua situação econômica e ampliar o
acesso à liberdade democrática sem perder os níveis de educação,
soberania e autonomia administrativa, que não se deixe levar pelo
consumismo fútil. Por fim, os cubanos deparam-se com o conceito
praticamente desconhecido para eles: pagar impostos também faz parte do
capitalismo.
Gilson Omar Fochesato
Auditor fiscal da Receita Federal do Brasil
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