quarta-feira, 14 de novembro de 2012

estou aqui repassando um artigo sobre cuba que li no Jornal do Comercio e que ao contrário da nossa mídia, achei muito esclarecedor


Artigo Notícia da edição impressa de 09/11/2012
Cuba, terra cultivada

A abertura econômica está mudando um país pequeno em território, mas grande em importância no cenário político internacional. Quais os anseios desse povo que sabe que a igualdade é condição para o exercício pleno da liberdade? Não pensam os incautos que o povo cubano é submisso, desgostoso com a vida, inimigo de seu governo ou infeliz. Ao contrário, é sabedor de sua história, de seus valores e suas conquistas. Lá, há ausência de gente de feitio servil, subserviente.  Estigmatizar Cuba como um país miserável é uma falácia, alimentada pela grande imprensa que pouca educa. Cuba é tematizada por uma série de preconceitos. Há carestia e pobreza, sem dúvida. Mas, mesmo assim, a famosa frase que corre o mundo é verdadeira: “Hoje, 200 milhões de crianças vão dormir nas ruas das grandes cidades do mundo. Nenhuma delas é cubana”.  Tampouco, ninguém passa fome. Não há analfabetismo. Há defeitos e há limites. Os problemas enfrentados são muitos, principalmente nas áreas de moradia, transporte e agora do emprego, entretanto, não se podem negar as grandes conquistas da revolução, principalmente no que tange a saúde, a reforma agrária e ao sistema educacional. É um país com poucos assaltos, sem violência (inclusive a doméstica), poucas prisões, poucos presos, um país sem armas.

Um novo olhar sobre a história da economia cubana demonstra que o pleno emprego não é suportável pela economia estatal, e planejar o corte de até um milhão de empregos públicos paulatinamente absorvidos nas atividades privadas que estão sendo liberadas não é tarefa fácil. Seus cidadãos, devido a excelência da saúde e educação que o governo lhes deu, possuem emprego garantido em qualquer lugar do mundo, portanto, o êxodo se dá em função da economia, e não em função de haver “democracia” de um lado e “ditadura” de outro. Que o povo possa aproveitar as mudanças para melhorar sua situação econômica e ampliar o acesso à liberdade democrática sem perder os níveis de educação, soberania e autonomia administrativa, que não se deixe levar pelo consumismo fútil. Por fim, os cubanos deparam-se com o conceito praticamente desconhecido para eles: pagar impostos também faz parte do capitalismo.   

Gilson Omar Fochesato
Auditor fiscal da Receita Federal do Brasil

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